De Ivan Lins a Sidney Magal, de Maria Bethânia a Tim Maia, de Caetano Veloso a Elis Regina, ao longo da carreira ninguém escapou da opinião ferina dos críticos, nem mesmo dos próprios colegas de profissão. O jornalista e crítico Daniel Mas, que depois virou autor de novelas na Rede Globo, talvez tenha sido o crítico mais ousado e sincero ao emitir uma opinião impiedosa sobre uma artista que vivia da unanimidade tanto do público quanto da crítica.
Ninguém concorda absolutamente com o mesmo gosto quando o assunto é música. Tem gente que sempre é do contra, atacando a todos e tudo, somente para defender sua opinião. Afinal, quem tem razão? O cantor, o público ou a crítica? Não importa, a verdade sempre vai ser parceira do público e é partindo dele que sao reveladas as estrelas consagradas. Dalva de Oliveira, Elizeth Cardoso, Ademilde Fonseca e Carmen Miranda, cantoras que viveram cada uma o seu apogeu, num momento sendo estrelas, noutro divinas, mas sempre na preferência do público. Bethânia, Gal, Zizi, Simone ou Fafá de Belém? Waldick Soriano, Chico Buarque, Caetano ou Peninha? São todos conhecidos do público, da crítica e da classe artística, mas certamente sao recomendados com advertências especiais por quem gosta ou não gosta, para quem ama ou odeia.
A voz da experiência e do bom censo de Eric Clapton
“(...) Sempre que eu ponho meu novo álbum na vitrola e começo a pensar que ele é ótimo, eu ponho Stevie Wonder logo depois para mostrar a mim mesmo que há coisas melhores. Eu acho ele incrível, sem contar a predileção natural que tenho por cantores. Nunca compro um disco por causa da guitarra-lider mas, pela voz do cara”. Eric Clapton. Matéria publicada na revista Ele Ela em abril de 1975
A revolta de Wanderléa
“(...) Antes as críticas eram mais violentas ainda. Hoje até que suavizaram um pouco. Mas acho que há um preconceito muito rançoso em não perceber a importância nossa, a importância do movimento Jovem Guarda. Este movimento provocou uma revolução no comportamento dos jovens. Se hoje a música brasileira está mais solta, já utiliza instrumentos eletrônicos, isto tudo deve-se, também, ao nosso movimento. Mas os críticos não enxergam isto. Colocam a Jovem Guarda como um hiato entre a Bossa Nova e a Tropicália. Ora, nós fomos este bastão que ligou a Bossa Nova e a Tropicália. Então se os críticos, de um modo geral, não se tocaram ainda, burro é que são”.
Wanderléa. Em entrevista para Fatos e Fotos Gente em outubro de 1980.
A liçao de Sidney Magal“(...) Olha, vou contar uma historinha: eu sou vidrado no Ivan Lins, no trabalho dele; acontece que é um trabalho dirigido pra pessoas já bastante esclarecidas. (...) O brasileiro é muito puro, ainda, e você tem de chegar, agradar naquilo que eles querem, depois lentamente, começar a fazer a cabeça deles. É o que eu me proponho a fazer. E atenção: há lugar para todo tipo de arte. Simplesmente porque há gosto pra tudo”.
Sidney Magal. Revista Fatos e Fotos Gente. Julho de 1980. em entrevista para Renato Sérgio.
Nenhum comentário:
Postar um comentário